domingo, 1 de agosto de 2010

MELHORA A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL,


MELHORA A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL,
José de Souza Castro
| 20 de abril de 2010 |

Uma boa notícia na Folha de S. Paulo, neste domingo: o número de miseráveis no Brasil, aqueles que vivem com menos de R$ 137,00 por mês, caiu para 30 milhões. Resultado das políticas adotadas desde 2003.

Sem elas, o número estaria em 50 milhões, diz o repórter Fernando Canzian. Ele se baseia em estudo divulgado pelo chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV-Rio, Marcelo Néri. É muita água para o moinho da candidatura petista ao governo. Essa melhor distribuição de renda no Brasil deve marcar as eleições à presidência da República em outubro.

“Neste ano eleitoral de 2010, o aumento da renda dos brasileiros retomou os níveis pré-crise de 2009 e o poder de compra das famílias atingiu o maior patamar em uma década e meia”, afirma Canzian. E acrescenta: “A eleição também se dará em um contexto onde a distribuição da renda é a melhor desde a redemocratização. A proporção de brasileiros vivendo abaixo da linha da miséria caiu expressivos 43% desde 2003.”

Néri diz que a melhora na renda hoje é muito mais sustentável, pois está apoiada mais na renda do trabalho. Segundo ele, na média da década, a renda do trabalho explicaria 67% da redução da desigualdade; o Bolsa Família, cerca de 17%; e os gastos previdenciários, 15,7%. Desde 2003 foram criados 12,2 milhões de empregos formais. O pesquisador estima em 5,3% ao ano o aumento médio da renda per capita no país. No Nordeste, é melhor ainda: 7,3%.

Está aí a razão de Lula ter uma avaliação de 83% de ótimo/bom no Nordeste, contra 70% no Sul e 67% no Sudeste. A última pesquisa DataFolha indica que ali, entre todas as regiões, José Serra perderia a eleição para Dilma Rousseff.

O repórter da Folha ouviu também o economista Ricardo Paes de Barros, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), para quem, é “absolutamente fantástica” a melhora da distribuição de renda e a queda na pobreza, principalmente, entre os mais pobres e os menos escolarizados. Enquanto a renda familiar per capita como um todo cresce em ritmo maior que 5% ao ano, entre os 10% mais pobres ela cresceu três vezes mais rápido (15,4%). Entre os 10% mais ricos, mais lentamente (3,7%).

A política de aumentos acima da inflação para o salário mínimo também deu impulso à renda. Em 2003, um salário mínimo comprava pouco mais de uma cesta básica e hoje, paga 2,2 cestas, constatou Canzian.

Esse clima de otimismo faz com que os aeroportos estejam entupidos, como constata outra reportagem da Folha. Gente que nunca tinha viajado de avião, como a dona de casa Eliane Bernardino da Silva, 40, entrevistada no aeroporto de Guarulhos enquanto esperava pelo voo para João Pessoa. Ela antes viajava de São Paulo, onde trabalha, para sua terra natal, de ônibus, “por falta de dinheiro”. Uma viagem de três dias. Agora, a viagem dura menos de um dia. E Eliane nem reclama do preço da passagem, R$ 818,00…

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