Lula nomeia o procurador geral da República
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira
(22/07/09) ao dar posse ao novo procurador geral da República Roberto
Gurgel, que nunca fez um pedido pessoal ao Ministério Público e jamais
colocará um “alfinete” para atrapalhar qualquer investigação. O
presidente alertou que é preciso preservar a instituição para que não
ocorra o “castramento” da liberdade do Ministério Público.
Lula defendeu a atuação independente da
instituição e ainda afirmou que prefere dividir, com a categoria, o peso
da escolha do chefe da Procuradoria Geral da República a indicar um
amigo.
”Jamais farei um pedido pessoal ou
colocarei um alfinete para atrapalhar uma investigação. O Ministério
Público tem o direito de agir com a máxima seriedade. Agora, tem que
pensar não apenas na biografia de quem está investigando, mas na de quem
também está sendo investigado. Porque não temos o direito de cometer
erros no Brasil porque, dependendo da carga de manchete da imprensa, a
pessoa já esta condenada. Por isso o Ministério Público precisa
trabalhar com a maior lisura”, afirmou.
Lula garantiu que os integrantes do
Ministério Publico precisam agir com discrição para preservar a
liberdade de investigação. “Não joguem fora essa liberdade porque um dia
vai aparecer alguém que vai achar que vocês são demais e vai propor
mudanças no Congresso Nacional. Sabemos que a mudança nunca será por
mais liberdade e sim por mais castramento”, disse.
O presidente afirmou que é preciso
aguardar o julgamento final para preservar o Ministério Público. “A
única coisa que dará tranqüilidade aos membros da PGR, o único fator de
pressão e balizador da consciência são as garantias constitucionais
porque, ao contrário disso, estaremos absolvendo os culpados e culpando
os inocentes. Qualquer ser humano não pode fazer de sua vida
profissional um show de pirotecnia. Não podem existir shows de
pirotecnia, não pode haver culpados antes de o processo final ter sido
julgado, apurado”, afirmou.
Lula disse que a escolha de Gurgel não
foi pautada por amizade ou ligações políticas. Segundo o presidente, ele
seguiu a indicação da lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos
Procuradores da República) para impedir que o mandato do novo procurador
comece sob suspeita.
“Não faltam pessoas no Brasil que dizem
ao presidente que o senhor não precisa indicar o primeiro da lista
tríplice. O senhor é o dono da indicação. Faça o seu jogo presidente,
coloque uma pessoa que seja de sua extrema confiança. O presidente pode
indicar qualquer pessoa e por que eu indico o primeiro da lista sem
conhecer? Primeiro por garantia minha. Se alguém amanhã disser que
procurador-geral não é bom, a culpa é da categoria. No fundo á uma
garantia institucional para mostrar que o Ministério Público não foi
criado para atender a ninguém. Se fosse um amigo meu já começaria sob
suspeita e não quero que nenhuma instituição trabalhe sob suspeita”,
garantiu o presidente brasileiro.
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