domingo, 13 de abril de 2014

Vive a nação dias gloriosos
Por Rafael Patto

“Vive a nação dias gloriosos. (...) ... que o país continue sua marcha em direção a seu grande destino. (...) Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções.” (Editorial de O Globo, de 02/04/1964)


“O Brasil de nossos dias é um país que deseja e precisa permanecer em paz, para que possa continuar a progredir.” (Editorial de Octavio Frias Filho, publicado na Folha de São Paulo, de 22/09/71)
“Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se. Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o País, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades.” (Editorial do Jornal do Brasil, de 31/03/1973)
Salto no tempo...

"Um clima de desencanto se espalhou pelo país com a enxurrada de más notícias que se abatem sobre o país, como as pragas do Egito. Alta na inflação, falta d'água, risco de apagão, atraso nas obras da Copa, intervenção na Olimpíada, corrupção na Petrobras e em tantas outras esferas de governo – a situação realmente não está fácil" (Editorial da Revista Época, abril de 2014)

Uma coisa não se pode negar: a imprensa golpista brasileira é coerente. Nunca mudou de lado. Sempre afagou a elite e chicoteou os trabalhadores.

A mesma imprensa que exaltava a ditadura hoje escorraça o governo que tornou o Brasil a sexta maior economia do planeta. Num tempo em que observamos a menor taxa de desemprego da nossa História – e uma das menores do mundo; num tempo em que acompanhamos a execução das maiores obras de infraestrutura em andamento no mundo, que estão sendo realizadas bem aqui no nosso território, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste; num tempo em que testemunhamos o mais vigoroso processo de inclusão social da nossa História; chega a ser uma ousadia a imprensa falar em “clima de desencanto”. Ousadia porque quem profere um disparate desses corre um risco enorme de cair no ridículo total.
Desencantados devem estar esses setores empedernidos da elite que se recusam a encarar a realidade e admitir que o grupo político que está no governo deste país fez muito mais, em 12 anos, do que qualquer outro fez em cinco séculos.

Alta na inflação??? 6,5% ao ano!!! Há menos de três décadas enfrentávamos 80% ao mês. Se essa referência estiver muito distante no tempo, tomemos como exemplo a inflação que FHC legou ao seu sucessor, incluída no pacote de desgraças que foi transferido a Lula juntamente com a faixa presidencial: 13%.

Risco de apagão???? Qual??? Demonstre!!!

Corrupção na Petrobras???? Prove!!!! Notícias de denúncias de corrupção não são provas de corrupção. Somente investigações podem aferir se as denúncias têm fundamento ou não.

Atraso nas obras da Copa? Tudo bem, todo mundo queria que tudo já estivesse um brinco. Mas quem nunca acabou de colocar aquela última decoração na sala já com as visitas tocando campainha? Há quatro anos, na África do Sul, algumas obras foram concluídas já nos instantes finais do prazo limite. E lá não teve essa ondinha “não vai ter copa”. Não dá pra dizer que a África do Sul tenha serviços públicos, infraestrutura, saúde e educação melhores que os do Brasil. Se aqui falta muita coisa, lá ainda falta muito mais. Nem por isso a Copa do Mundo foi explorada politicamente como uma antagonista que rivalizasse com essas demandas sociais. Por lá houve protestos na fase de preparação, mas não foram protestos de boicote. Em sua maioria, foram piquetes e paralisações dos próprios operários recrutados pela organização do evento. Reivindicavam melhores salários, mais benefícios etc. Coisas absolutamente coerentes e compreensíveis. Não eram usuários de planos de saúde privados, estudantes de colégios particulares ou donos de automóveis "reivindicando" melhores serviços públicos... Até a elite que praticou um dos mais odiosos regimes de segregação étnico-social, que foi o apartheid, soube "fechar com o país" no momento em que o povo sul-africano foi desafiado a demonstrar sua capacidade de união e superação. Por incrível que pareça, aqui existem pessoas que estão tendo muito mais dificuldade para compreender essa tarefa. E há teóricos de araque que afirmam que o Brasil é um exemplo de harmonia social. Os preconceitos arraigados na nossa cultura são um traço da nossa formação.

Falta d’água??? Põe na conta do Alckmin!!! Por que não dar nomes aos bois??? Por que fazer menção à falta d’água num rol de cobranças dirigidas ao governo federal???




Má fé, a gente vê por aqui.

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